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Ah, meu querido sobrinho, é verdade sim. A vida, quando observada "debaixo do sol", ou seja, sem a perspectiva de Deus, parece realmente ser muito repetitiva e até cansativa. Eu escrevi sobre isso logo no início de Eclesiastes. Veja só, eu disse que “o que foi, isso é o que será; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há de novo debaixo do sol”.
Essa repetição da vida me causou muita frustração. Quando olhei para o mundo, vi que as mesmas coisas acontecem repetidamente: o sol nasce e se põe, os rios correm para o mar, mas o mar nunca se enche; as gerações vêm e vão, e a terra permanece a mesma. Tudo parece seguir um ciclo interminável, onde nada muda de verdade.
Essa sensação de repetição pode deixar o coração cansado, como se estivéssemos sempre correndo atrás do vento. Trabalhamos dia após dia, buscamos sabedoria, diversão e prazer, mas ao final de tudo, a vida parece voltar ao mesmo ponto, sem um progresso real. Isso me levou a concluir que a busca pelo sentido da vida apenas nas coisas terrenas é como tentar segurar o vento em nossas mãos — é impossível.
Mas, sobrinho, o que percebi depois de muita reflexão é que essa repetição só parece vazia quando vivemos sem Deus. Quando olhamos para a vida sem a perspectiva divina, tudo parece um ciclo sem propósito. No entanto, quando entendemos que Deus está presente e que Ele tem um plano para cada um de nós, essa repetição pode ganhar um novo significado. Trabalhar, comer, beber e viver não são apenas atividades repetitivas; são dádivas de Deus para que possamos desfrutar a vida com gratidão.
Então, sim, a vida parece ser muito repetitiva. Mas, se você olhar além do sol e viver com Cristo, essas repetições podem ser vividas de uma maneira nova, com propósito e alegria. Isso me ensinou que o segredo não está em evitar a repetição, mas em encontrar o significado por trás dela.
Shalom, querido sobrinho!
A busca pelo sentido da vida apenas nas coisas terrenas é como tentar segurar o vento em nossas mãos — é impossível.
Acredito que muitos dos nossos problemas existem porque perdemos justamente esse senso de valor para com essas dádivas. Essa busca incansável pelo espetacular, pelo extraordinário, de certa forma nos rouba a alegria de sermos gratos pelo que de fato importa.