A espiritualidade que o status social não compra
Quando a Igreja Pensa Como o Mundo | Devocional #03
“Se alguém entre vós se tem por sábio neste século, faça-se estulto, para se tornar sábio”. (1 Coríntios 3.18)
Entre os muitos problemas que Paulo enfrentou na igreja de Corinto, um dos mais sutis e também um dos mais perigosos, era a influência dos critérios sociais da cultura mundana. A sociedade greco-romana valorizava prestígio, posição, sucesso, erudição e aparência. Quem tinha influência era considerado mais confiável. Quem falava bem era tido como mais sábio. Quem era bem-sucedido era visto como abençoado. E, infelizmente, esses critérios começaram a moldar a maneira como os próprios cristãos enxergavam uns aos outros dentro da igreja.

Paulo denuncia essa distorção. A sabedoria do mundo é vazia diante de Deus, diz ele. Deus frustra os pensamentos dos sábios. Isso quer dizer que o modo como Deus avalia as pessoas é radicalmente diferente da forma como o mundo as classifica. Deus vê o coração. Deus honra os humildes. Deus escolheu as coisas loucas, fracas e desprezadas para envergonhar as fortes e orgulhosas. E isso precisa moldar a forma como enxergamos uns aos outros dentro da igreja.
Nos nossos dias, essa sabedoria carnal ainda aparece, muitas vezes de forma disfarçada. Um empresário bem-sucedido é automaticamente visto como alguém pronto para liderar. Um irmão com boa formação é colocado para ensinar, mesmo que sua vida espiritual seja rasa. Enquanto isso, irmãos e irmãs simples, mas cheios do Espírito, são ignorados ou subestimados. Sem perceber, passamos a valorizar mais o currículo do que o caráter, mais a profissão do que a piedade.
Esse tipo de avaliação não apenas entristece o Espírito, como também cria barreiras e sentimentos de inferioridade no corpo de Cristo. Há irmãos que não se sentem dignos de servir porque “não têm estudo”. Outros acham que não são ouvidos porque não têm uma profissão respeitável. Isso é resultado direto de uma mentalidade mundana, que mede o valor das pessoas pelos padrões da sociedade e não pela graça de Deus.
Mas no Reino de Deus, todos foram nivelados aos pés da cruz. Todos foram chamados a servir com os dons que receberam. Todos foram lavados no mesmo sangue, selados com o mesmo Espírito, inseridos no mesmo corpo. A liderança espiritual é fruto de caráter aprovado, vida de oração, submissão à Palavra e dependência do Espírito e não de status, aparência ou conquistas humanas.
Talvez você, hoje, se sinta pequeno demais, simples demais, “não à altura” de servir na igreja. Lembre-se: Deus escolheu pescadores para pregar o evangelho. Chamou um cobrador de impostos. Salvou um zelote. Levantou viúvas e servos para impactar gerações. Ele não procura os mais capacitados; Ele capacita os que chama.
O modo como Deus avalia as pessoas é radicalmente diferente da forma como o mundo as classifica. Deus vê o coração. Deus honra os humildes. Deus escolheu as coisas loucas, fracas e desprezadas para envergonhar as fortes e orgulhosas. E isso precisa moldar a forma como enxergamos uns aos outros dentro da igreja.
Por outro lado, se você ocupa uma posição de respeito na sociedade, use isso com humildade. Não confunda autoridade profissional com autoridade espiritual. Dentro do corpo de Cristo, somos todos irmãos. Não há “cidadãos de primeira classe” na igreja. Há apenas pecadores salvos pela graça.
Que Deus nos ajude a enxergar uns aos outros com os olhos da cruz. Que aprendamos a valorizar aqueles que são fiéis, mesmo que sejam discretos. Que reconheçamos a sabedoria de Deus em quem vive com temor, não em quem impressiona com palavras. Porque, diante de Deus, o que conta não é a posição, mas a submissão.
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